Exílio é um romance baseado em uma história real, Christina Baker Kline recria a formação de uma nova sociedade em um solo tão encantador quanto hostil, e constrói uma narrativa emocionante que captura com maestria as dificuldades e a opressão das mulheres do século XIX 

SOBRE O LIVRO: Grávida e injustamente acusada de roubo pelo filho de seu empregador, Evangeline é sentenciada ao Exílio em uma colônia penal na Austrália. Durante a perigosa travessia pelos mares, ela forma uma ligação especial com Hazel, uma parteira de personalidade única. Porém, ao chegarem às terras australianas do século XIX, elas se veem envolvidas na violência do império britânico e no deslocamento forçado das populações indígenas. Entre essas populações está Mathina, uma órfã aborígene arrancada de sua comunidade e adotada pela família do novo governador de Van Diemen.

“Uma poderosa história sobre sofrimento e sobrevivência. Magnífica.” — Heather Morris, autora de O tatuador de Auschwitz


Resenha Livro Exilio

Ao receber “Exílio” em minha caixinha enviada pelo clube TAG Inéditos, confesso que tinha minhas dúvidas em relação à história. Eu temia que fosse um romance histórico com detalhes irrelevantes, possivelmente maçante… No entanto, felizmente eu estava enganada!

Desde o momento em que comecei a ler, fiquei completamente envolvida na trama de “Exílio”, a habilidade da autora em fornecer detalhes precisos e relevantes é impressionante, fazendo com que eu me sentisse completamente imersa nos acontecimentos.

Mesmo abordando eventos trágicos, a forma sensível com que são retratados neste livro me chamou a atenção.

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A história do livro

Logo nos primeiros capítulos somos  introduzidas a narrativa de Evangeline que após perder seus pais e se encontrar desamparada no mundo, passa então a enfrentar uma série de desafios.

Em busca de uma nova oportunidade, ela consegue um emprego como governanta para uma família influente, mas um romance proibido com o filho de seus empregadores acaba levando-a a uma armadilha inesperada. 

Como resultado, ela é injustamente acusada e condenada a cumprir sua sentença na Austrália essa jornada vai demonstrar as consequências cruéis da colonização da Austrália pela Inglaterra.

Capa livro Exilio edição TAG inéditos

Personagens do Livro

Nessa jornada para Austrália através do navio Medea acompanhamos então a amizade improvável entre Evangeline e Hazel outra condenada por roubar apenas uma colher de prata,  o livro conta sobre mulheres  que se tornaram, sem qualquer chance de defesa, prisioneiras na Inglaterra e foram condenadas ao exílio na Austrália.

No meio dessa jornada os acontecimentos se cruzam com o destino de Mathinna, uma jovem aborígene nascida em sua ilha, e que se vê cruelmente afastada de seu lar por um capricho da mulher do governador que pretendia transformá-la em algo que não era, almejando assim tirar sua essência selvagem.

“Quando estiver aflita imagine-se sendo uma árvore, com todos os seus anéis dentro. Cada anel é alguém que você ama ou lugar que esteve. Você carrega todos eles aonde quer que vá”.


A escrita do livro

Eu fiquei surpresa como Exilio se tornou uma obra tão marcante para mim, com uma narrativa envolvente com temas profundos e complexos, fica claro durante a leitura o domínio sobre o assunto que a autora possui como resultado de sua extensa pesquisa.

Exilio é um livro sobre mulheres fortes em um período histórico marcado pela injustiça e pela luta por sobrevivência, não se engane pois Exilio consegue ser real, surpreendente, brutal e sensível na mesma proporção.

Christina Baker Kline captura a essência da condição humana em situações extremas, explorando a resiliência, a solidariedade e a busca por um lugar o sol, mesmo quando todas as probabilidades estão contra nós.

IMAGEM de um navio que remete a história do livro Exílio.
Imagem fornecida por banco de Imagens (Pexels)

Afinal, o Livro Exilio vale a pena?

Vale a pena ler “Exílio” e posso pontuar diversos motivos. Primeiramente, a autora Christina Baker Kline nos da um choque de realidade e fica claro habilidade em passear por narrativas envolventes sensíveis e esse livro não é exceção.

A experiência da autora nos leva a uma verdadeira imersão, principalmente se você assim com eu não conhecia muita coisa sobre o tema abordado no livro, a história é ricamente construída, me senti mergulhando em um período histórico fascinante e pouco explorado (pelo menos nas obras que li): a colônia penal na Austrália do século XIX.

Não é fácil tecer uma narrativa que aborda temas profundos e difíceis como injustiça, opressão e resiliência. Através das personagens – Evangeline, Hazel e Mathinna – somos levados a refletir sobre as desigualdades sociais, a luta pela liberdade e a importância da solidariedade em momentos de adversidade.

A narrativa detalhada de Kline faz com que os acontecimentos brutais sejam transmitidos de na obra com o impacto necessário desenvolvendo uma ligação que nos faz sentir empatia pelas personagens, e acompanhar suas trajetórias se torna um caminho dolorido mas ao mesmo tempo cheio de esperança.

Além disso, a obra nos oferece uma visão perspicaz e reflexiva sobre a história colonial e as relações entre colonizadores e povos indígenas.

Se você busca uma leitura repleta de emoção, e personagens bem desenvolvidos em uma narrativa que provoca uma profunda reflexão sobre a condição humana, “Exílio” é uma escolha certeira.

A autora nos presenteia com uma história poderosa, muito bem escrita , capaz de emocionar e despertar a consciência para questões fundamentais da nossa história coletiva.

“Talvez o que você achou que perdera ainda está lá, dentro de você, dando-lhe força.”


Sobre a autora Christina Baker Kline

Christina Baker Kline, nascida em 1964, é uma escritora americana aclamada. Com sete romances e participação em cinco livros de não-ficção, incluindo “Trem dos Órfãos”, sua obra ganhou destaque.

Kline é uma bolsista reconhecida pela Geraldine R. Dodge Foundation, embora a fonte para isso não seja especificada.

Nascida em Cambridge, Inglaterra, foi criada nos Estados Unidos, em Cambridge, e no Maine. Possui uma formação acadêmica diversificada, tendo obtido bacharelado em Inglês na Universidade de Yale, mestrado em literatura na Universidade de Cambridge e um MFA na Universidade da Virgínia, onde foi bolsista Henry Hoyns em escrita de ficção.

Além de sua produção literária, Kline também teve uma carreira docente, tendo atuado como Escritora Residente na Universidade de Fordham de 2007 a 2011, onde ensinou escrita criativa e literatura para alunos de graduação e pós-graduação.

Foto autora Christina Baker Kline

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