Addie Moore, (interpretada por Jane Fonda) é uma viúva solitária que propõe a Louis Waters, (interpretado por Robert Redford) que ele a acompanhe ao cair da tarde para ter alguém com quem conversar antes de dormir. Embora surpreso com a sugestão, ele aceita o convite. No entanto, à medida que eles implementam o plano, uma bela relação de cumplicidade começa a se desenvolver entre eles.
Há cinquenta anos, esse lendário casal Jane Fonda e Robert Redford interpretavam recém-casados peculiares no filme “Descalços no Parque”, então em 2017 eles se reúnem novamente graças à Netflix, trazendo um filme delicado e sensível aos telespectadores.
“Nossas Noites ” é no geral um filme reconfortante, discreto e simples que oferece uma representação comovente da trajetória de duas almas solitárias em busca de novos significados para a vida através da conexão entre si.
Enredo do filme “Nossas Noites”
Adaptado do livro de Kent Haruf, “Our Souls at Night“, o cineasta indiano Ritesh Batra oferece uma abordagem delicada ao retratar a vida de duas pessoas solitárias na terceira idade.
O enredo gira em torno de Louis, um homem aposentado e viúvo (interpretado por Robert Redford), que reside solitário numa cidade no interior dos Estados Unidos.
Sua rotina é subitamente interrompida quando recebe a inesperada visita de Addie, sua vizinha também viúva (interpretada por Jane Fonda), que surge com uma proposta peculiar.
Addie sugere a ideia de passarem as noites juntos, compartilhando a companhia um do outro, pois, como ela mesma coloca, “a solidão torna as noites particularmente difíceis” é complicado dormir, e juntos poderiam conversar até o sono chegar, e para a surpresa de todos ele aceita.
O roteiro se esforça para evitar clichês da velhice, Addie é a espírito livre que toma a iniciativa, enquanto Louis é o cara preocupado que entra furtivamente pela porta dos fundos para evitar fofocas.
No entanto mesmo assim elas acontecem trazendo humor ao longo do caminho, mas a dignidade do enredo é mantida.
O Cenário
O filme é enriquecido pela brilhante direção de fotografia de Stephen Goldblatt, conhecido por seu trabalho em filmes como “Closer Perto Demais” – 2004 (filme esse que sou apaixonada) e “Julie & Julia” (2009).
Goldblatt capta cenários deslumbrantes nas estradas e nas montanhas, integrando-se de maneira perfeita à trilha sonora , composta por tranquilas melodias country e músicas clássicas, casando muito bem com a paisagem.
Um Acordo Complexo
O filme explora o passado desses quase estranhos, e acrescenta complexidade quando familiares são envolvidos, o histórico dos personagens se desdobra quando a presença dos filhos desenterra antigas feridas, cada um provocando suas próprias cicatrizes de traumas passados.
Enquanto a mãe e o pai enfrentam sentimentos de culpa, remorso e rejeição, é através de Jamie (interpretado por Iain Armitage), neto de Addie, que uma chance de redenção se revela.
Desempregado e lidando com conflitos conjugais, o filho de Addie decide deixar seu filho aos cuidados da avó até resolver seus problemas.
Jamie age como uma conexão entre o passado e o presente, sendo fundamental para a superação das culpas e a renovação de Addie e Louis.
Uma Química que Funciona
Com uma experiência combinada de 114 anos de atuação, ambos ganharam destaque ao se tornarem um par nessa fase da carreira e da vida, ambos conseguem trazer a elegância necessária aos personagens.
Eles protagonizam cenas repletas de qualidade, onde diálogos despretensiosos e um ritmo tranquilo se convertem em valiosas reflexões sobre a vida.
Essa jornada é acompanhada por uma exibição de maturidade e confiança, que destroem qualquer vestígio de preconceito em torno desse novo amor, conseguindo com maestria derrubar preconceitos da terceira idade, deixando claro aqui que é um filme romântico mas o foco é sim a solidão.
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Vale a pena?
“Nossas Noites” na minha opinião vale sim suas quase 2horas de exibição, o romance físico em si de fato leva tempo para se desenvolver, especialmente com filhos adultos, acidentes acontecendo, mudanças repentinas….
No entanto, há a sensação de que a história de Addie e Louis ainda não chegou ao fim trazendo a tona a ideia que o amor pode ser construído aos poucos se tornando no final uma base sólida.
Com sensibilidade e sutileza, o filme revela uma perspectiva profundamente humana que comove pela sua capacidade de enxergar o próximo de maneira simples e sincera fazendo do filme uma boa dose de poesia.
Apaixonada por livros desde a infância, é sentada ao lado de sua biblioteca particular que compartilha nesse espaço o seu amor pela literatura!
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